sexta-feira, 16 de junho de 2017

Laredo: Desenho na ponta dos dedos



Papel cebola - sabem o que é?

"Este dispositivo tem sido usado na educação formal de crianças cegas servindo habitualmente para desenhos de cariz funcional (formas geométricas e grafismos próprios do mundo visual). Existe o preconceito de que como não veem…não vale a pena propor o desenho criativo. 
O meu desafio foi criar dinâmicas que permitissem a expressão em desenho construídas a partir deste recurso. Rapidamente se entendeu que era possível fazer jogos de adivinha tátil, seguidos de desenho, abrindo portas para registos imaginativos. Este recurso tem um potencial inclusivo muito forte. 
Concluí, que no geral, o desenho da figura humana sobre o “papel de cebola” executado por crianças cegas, não apresentava diferenças significativas dos desenhos de outras crianças sobre papel, obedecendo às mesmas características evidenciadas nos estudos de Piaget. Foi preciso explicar isto mesmo, muitas vezes… A partir daí, o “papel de cebola” e outros suportes planos, obedecendo ao mesmo objetivo, têm servido para múltiplas descobertas no campos das artes plásticas aplicadas à cegueira (e também de forma inclusiva). Introduzi esta metodologia nas actividades educativas do Programa Descobrir/Fundação Calouste Gulbenkian dedicado a públicos com necessidades educativas especiais no ano de 2012 e em diversos contextos de formação ao longo dos últimos anos. Recentemente, durante uma formação que dei no encontro "Caminhos de Leitura" (Pombal) conheci um grupo de mediadoras sociais de Coimbra que utiliza esta metodologia nos seus trabalhos, à semelhança da mediadora cultural Joana Maia (Mithos) no projeto “Vem calçar os sapatos do outro”. Como sempre o segredo não está na ferramenta mas sim nas metodologias imaginadas e investigadas…"
Laredo: Desenho na ponta dos dedos

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Carta Educativa - Vila Franca de Xira 2017-2022

Foto de Mithós Histórias Exemplares.

A quem puder participar - aqui está disponível o documento em discussão neste momento, para que a Câmara pede contributos, escritos ou orais. Na Mithós, faremos uma Tertúlia Mithós a ler a propósito, no dia 28 de Junho. Contamos com a colaboração da Laredo Associação Cultural, dos Pais em Rede, da Contramão, e do Ateneu Artístico Vilafranquense.

As próximas sessões oficiais de apresnetação da Carta Educativa do concelho são agendadas: 
21 de junho, EB23 D. António de Ataíde, Castanheira do Ribatejo, 17h30; 
28 de junho, EBI Bom Sucesso, Alverca, 17h00. 

O documento base, com um horizonte de aplicação de 5 anos (2017-2011?), tem 46 páginas (em pdf) e está a ser elaborado pelo CIES-IUL, por encomenda da Câmara Municipal. 

Propõe desde já, entre outras coisas 


"Criar condições na escola pública regular, nos próximos 5 anos, de inclusão de todos os alunos com NEE assegurando as melhores condições;" (p. 37) 

As metas quinquenais enunciadas são: 1. Frequência da escola por parte de 100% das crianças e jovens entre o pré-escolar e o 3º ciclo; 2. Elevar para 95% as taxas reais de conclusão no ensino secundário; 3. Reduzir o Abandono Escolar Precoce em 5%; 4. Reduzir em dois terços os atuais níveis de retenção escolar; 5. Certificar 2.500 adultos por ano nos diferentes ciclos do ensino básico e no ensino secundário "(p. 38). 

Para termos uma ideia da população abrangida (excluindo a educação de adultos, o ensino profissional e pos-secundário), em 2011 o censo apontava para 24.226 pessoas no concelho entre os 3 e os 19 anos, das quais 1000 (entre os 5 e os 19 anos) apresentando uma ou mais dificuldades permanentes associadas a uma deficiência. O total de residentes entre os 3 e os 18 anos era, em 2011 (INE, Recenseamento Geral), 24.300.  Num universo de 136.886, tal corresponde a 17,8 %, quase 1 em cada 5 habitantes em idade escolar. 

Em 2017, há no concelho 56 estabelecimentos de ensino públicos (incluindo o Centro de Formação do IEFP em Alverca) e 31 privados (incluindo IPSS e o Conservatório Regional Silva Marques, em Alhandra).